sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Derrota no STF: Agora você é culpado até que provem o contrário!


NOTA OFICIAL DA ANADEF

ESCRITO POR IMPRENSA EM .

A Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (ANADEF) vem manifestar sua contrariedade e tristeza com a decisão do Supremo Tribunal Federal na sessão realizada na tarde de quarta-feira (17), no julgamento do Habeas Corpus nº 126.292. A Corte máxima do País, a quem compete velar pela impecável aplicação e observância do texto constitucional vigente, protagonizou um retrocesso jurídico jurisprudencial.
O Juiz Sérgio Moro parabenizou a decisão do STF que retira o Direito de "ninguém ser considerado culpado até que provem o contrário".

Se em 2009, quando do julgamento do HC 94.408, comemorávamos a superação da inadmissível execução antecipada da pena, com a conclusão do STF de que "enquanto não houver trânsito em julgado de sentença penal condenatória, não seria possível a execução da pena privativa de liberdade, ressalvadas as hipóteses que, efetiva e justificadamente, se amoldem ao desenho balizador das prisões cautelares", o dia de ontem, indubitavelmente, foi de derrota para a Constituição, para o Estado Democrático, para o garantismo penal e, sobretudo, para o próprio Direito.
Afirma textualmente a Carta Magna, no artigo 5º, LVII, que "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória". Salvo a resistência em aplicar direitos fundamentais, típicas de uma estrutura conservadora de Estado, nada justifica a demora em materializar a garantia esculpida em 1988 pelo Constituinte, consolidada (apenas) em 2009 pelo STF. Afinal, ao ler o dispositivo extrai-se, necessariamente, que somente se pode considerar culpado em direito penal alguém que detenha contra si condenação com trânsito em julgado. O trânsito em julgado é, pois, fato que marca o início de uma situação jurídica nova, caracterizada pela existência da coisa julgada – formal ou material, conforme o caso.
O direito fundamental à presunção de inocência, estabelecido pela CF/88, precisa de constante proteção da ordem jurídica. Como toda garantia, não possui caráter absoluto e já é mitigada pelas hipóteses legais de prisões cautelares. A função da Corte Suprema, a nosso ver, não é de enfraquecer e mitigar ainda mais esse direito fundamental, mas sim de fortalecer constantemente a Constituição. A decisão no Habeas Corpus nº 126.292 desnatura a ideia de que justiça penal não se opera em praça pública, negando concretamente a função do Judiciário como garantidor e protetor de valores fundamentais independente de pressões midiáticas e sociais.
Os efeitos práticos dessa decisão serão devastadores, pois todos aqueles condenados nas esferas dos Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais, que aguardam apreciação de seus recursos nas instâncias superiores, poderão ser recolhidos imediatamente à prisão, agravando ainda mais a caótica situação do sistema carcerário de nosso país.
Um triste passo foi dado ontem, trazendo decepção aos que têm como missão a defesa dos direitos humanos, dos direitos e garantias fundamentais e, sem compromisso com a impunidade, a defesa intransigente do respeito à Constituição para todos. 
Assessoria de Imprensa da Anadef

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

A Frente Brasil Popular foi lançada em Brasil Novo-PA

No último sábado (13) vários movimentos populares se reuniram em Brasil Novo para discutirem as demandas locais no grupo denominado Comitê em Defesa de Brasil Novo (CDBN).
Essa conversa foi importante pois a Frente Brasil Popular participou para fazer uma análise da situação atual do Brasil no Contexto da crise do sistema capitalista.
O Brasil Novo é um município de 22 mil habitantes segundo contagem da prefeitura, ele depende fortemente de transferência de recursos do governo federal principalmente via FPM, FUNDEB e Bolsa Família, outro fator importante é que a construção do único hospital do município está sendo com recursos do governo federal via PDRSXingu.
Então com esses elementos a FBP avaliou junto com o grupo de movimentos a importância do governo federal no município e por isso a importância da conjuntura nacional para os moradores de Brasil Novo.
O Militante da FBP, Flávio, falou da importância da criação da Frente e o protagonismo dela perante a conjuntura nacional do ano passado.
Para o Militante da FBP, Fábio Barros, o Brasil está sofrendo com a crise do sistema capitalista que iniciou em 2008, mas o resultado atingiu o Brasil a partir de 2014. Somando com essa crise econômica houve a ofensiva do Judiciário com a Grande Mídia contra os setores progressistas, além do fraco diálogo do governo federal com a sociedade contribuindo para a grave crise política.
O cenário projetado para 2016 é que será um ano muito intenso de disputas nas ruas, e que será importante a atuação da Frente Brasil Popular, por esse motivo um dos principais objetivos da FBP nesse período é chegar em todos os estados do Brasil e em todos os municípios. 
A militância que reuniu em Brasil Novo gostou muito da intervenção feita pela FBP no município, como encaminhamento ficou marcada nova reunião para o dia 27 de fevereiro, para discutir questões operativa e as Lutas de Março na região. 
 

domingo, 14 de fevereiro de 2016

ARAGUAIA: O Presidente do PCdoB foi assassinado

Na última sexta-feira (12), às seis da manhã, a pistolagem executou o protético Luís Antônio Bonfim, presidente do Partido Comunista do Brasil em São Domingos do Araguaia, sudeste do Pará e região onde ocorreu a guerrilha do Araguaia, entre 1972/1975.

O ódio dos assassinos se revela na medida em que todos os seis tiros do tambor na arma acertaram a cabeça do dirigente comunista, morto quando ia comprar pão.
Na atualidade Luís Antônio liderava uma ocupação na região do 'Tabocão', em Brejo Grande do Araguaia (PA).
A conjuntura nacional é delicada, pois uma parte da direita perdeu o medo de ser racista, homofóbica, preconceituosa e até assassina.
O estado do Pará possui uma direita atrasada, raivosa e que não mede esforços para criminalizar os partidos de esquerda e movimento populares, o estado também é reduto de uma Direita que não tem medo de assassinar lideranças populares para conseguirem seus objetivos, os exemplos são vários. Assim como na região do Araguaia a região do Xingu também apresenta uma connjuntura terrível para quem defende os Direitos Humanos, sobretudoo, os direitos a Terra e Moradia!
A segurança pública é resposabilidade do governo estadual, no entanto, a direita que governa o Pará é conivente com o aumento da violência.
Até quando os crimes de encomenda darão o tom na vida política dos paraenses?

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

O PLS 131/2015 de José Serra (PSDB) é um ataque à Soberania Nacional

O PLS 131/2015, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), propõe a retirada da Petrobras do papel de exploradora única do pré-sal. Confira no artigo de Gilberto Bergovici¹ os riscos que o projeto representa para a soberania nacional.

O Ataque ao Pré-Sal

A crise em que foi envolvida a Petrobrás tem gerado inúmeros debates e propostas, alguns bem intencionados ou oportunos. Outros, nem tanto. Como se trata de um setor que abrange cerca de 10% do PIB do Brasil e envolve uma série de decisões políticas cruciais para o nosso futuro, não faltam temas que necessitam de um exame mais detido. Um deles se refere ao debate no Senado Federal do Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 131/2015, de autoria do Senador José Serra (PSDB-SP), que propõe a retirada a Petrobrás da condição de operadora única da exploração das jazidas do pré-sal.
A descoberta do pré-sal propiciou uma revisão no modelo de exploração petrolífera no Brasil, até então regulado pela Lei nº 9.478, de 06 de agosto de 1997, que prevê o modelo de contrato de concessão, um modelo completamente ultrapassado, praticamente abandonado na imensa maioria dos países produtores de petróleo. O modelo introduzido foi o dos contratos de partilha de produção, que garantem a propriedade estatal sobre os produtos petrolíferos antes de serem comercializados. São os contratos mais utilizados pelos Estados produtores de petróleo em todo o mundo. O primeiro contrato deste tipo foi firmado na Indonésia, em 1966. Os riscos pelo investimento e desenvolvimento da produção são das empresas contratadas. Após o início da produção, as empresas podem recuperar seus gastos e custos de operação de uma parcela denominada "cost oil". A parcela remanescente, o "profit oil", é dividido entre a empresa e o governo, na proporção acertada no contrato. O Estado mantém total domínio sobre a propriedade dos recursos minerais, sobre os equipamentos e instalações e sobre o gerenciamento das operações de produção de petróleo. Neste tipo de contrato, os direitos reais sobre o petróleo não saem nunca do domínio do Estado. Este modelo foi introduzido no Brasil por meio da Lei nº 12.351, de 22 de dezembro de 2010.
O modelo de partilha de produção é muito mais apropriado para a exploração do petróleo por concessionários ou contratados, cuja proposta é considerada mais vantajosa de acordo com o critério da oferta de maior excedente em óleo para a União, ou seja, da parcela da produção a ser repartida entre a União e o contratado, cujo percentual mínimo é proposto pelo Ministério das Minas e Energia ao Conselho Nacional de Política Energética (artigos 2º, III, 10, III, 'b' e 18 da Lei nº 12.351/2010).
A propriedade do petróleo e do gás natural não é atribuída, de forma inconstitucional, ao contratado, como no contrato de concessão. O petróleo e o gás natural continuam sob o domínio da União, como determinam os artigos 20, IX e 177 da Constituição. O contratado assume todos os riscos (artigos 2º, I, 5º, 6º e 29, II e X da Lei nº 12.351/2010) e é remunerado por suas atividades (o "custo em óleo" do artigo 2º, II da Lei nº 12.351/2010). O prazo de vigência do contrato é limitado a 35 anos (artigo 29, XIX da Lei nº 12.351/2010)
O Ministério das Minas e Energia readquiriu o controle sobre o planejamento do setor de petróleo e gás natural (artigo 10, I da Lei nº 12.351/2010) e passou a celebrar os contratos em nome da União, cuja gestão cabe à empresa pública Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A. - Pré-Sal Petróleo S.A. - PPSA (artigo 8º da Lei nº 12.351/2010). A PPSA é, também, integrante obrigatória de todos os consórcios de exploração, seja com a Petrobrás isoladamente seja em conjunto com a Petrobrás e outros licitantes (artigos 19, 20, caput e 21 da Lei nº 12.351/2010) e deve indicar metade dos integrantes do comitê operacional (artigo 23, parágrafo único da Lei nº 12.351/2010), responsável pela administração do consórcio (artigos 22 e 24 da Lei nº 12.351/2010), inclusive seu presidente, que tem poder de veto e voto de qualidade (artigo 25 da Lei nº 12.351/2010).
A Petrobrás é a operadora de todos os blocos contratados sob o regime de partilha de produção, com participação mínima assegurada de 30% nos consórcios de exploração, podendo ser esta participação mínima ser ampliada a partir de proposta do Ministério das Minas e Energia ao Conselho Nacional de Política Energética (artigos 4º, 10, III, 'c', 19, 20 e 30 da Lei nº 12.351/2010). A União, também pode contratar a estatal diretamente, sem licitação, para realizar estudos exploratórios (artigo 7º, parágrafo único da Lei nº 12.351/2010) ou para explorar e produzir em casos em que seja necessário preservar o interesse nacional e o atendimento dos objetivos da política energética (artigos 8º, I e 12 da Lei nº 12.351/2010). A previsão da Petrobrás como operadora única não é nenhuma inovação brasileira na legislação petrolífera. Este tipo de previsão existe em vários regimes de exploração petrolífera, na maior parte das regiões produtoras do mundo, da Indonésia à Noruega.
A comercialização do petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos destinados à União será realizada pelas normas de direito privado, sem licitação, de acordo com as diretrizes definidas pelo Conselho Nacional de Política Energética (artigos 9º, VI e VII e 45, caput da Lei nº 12.351/2010). A PPSA é a representante da União para a comercialização destes bens e pode contratar diretamente a Petrobrás, dispensada a licitação, como agente comercializador do petróleo, gás natural e hidrocarbonetos da União (artigo 45, parágrafo único da Lei nº 12.351/2010).
O PLS nº 131/2015, do Senador José Serra, visa justamente retirar da Petrobrás a condição de operadora única do pré-sal, sob a justificativa da alegada crise financeira pela qual estaria passando a estatal. Ou seja, uma eventual conjuntura desfavorável fundamenta uma medida que poderá comprometer toda a política nacional de petróleo e o controle público sobre a exploração de um bem estratégico. Essa proposta inverte totalmente a lógica de atuação de qualquer Estado em relação ao petróleo.
Há quem proponha, ainda, adotar a proposta do Senador José Serra, mas de forma disfarçada. Ao invés de se retirar formalmente a Petrobrás da condição de operadora única do pré-sal, ela teria uma espécie de “direito de preferência”, ou seja, escolheria primeiro se teria interesse na exploração daquela área do pré-sal, não sendo obrigada a atuar em todo o pré-sal. Essa proposta “light” do Projeto Serra é defendida pelo atual Ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, e por parte do Governo Federal. Isso nada mais é do que trocar seis por meia dúzia. A proposta nefasta do Senador José Serra, que entrega o pré-sal para as petroleiras internacionais, continua intacta, apenas disfarçada pela esperteza de ministros ou assessores de um Governo que se comprometeu publicamente, em duas eleições seguidas, a manter o controle nacional sobre o pré-sal.
A garantia da Petrobrás como operadora única do pré-sal faz com que o ritmo de investimento e de produção de todos os projetos do pré-sal, bem como a decisão sobre eventuais associações e com quem se associar, permaneçam nas mãos da União. Isso para não mencionar as funções de controle sobre o impacto ambiental e apuração correta da vazão e da quantidade de petróleo extraída, todas exercidas pela Petrobrás.
Sem a Petrobrás como operadora única do pré-sal também se torna inviável estimular a indústria nacional, por meio das políticas de conteúdo nacional. Políticas estas que geram empregos aqui no Brasil e estimulam o desenvolvimento de nossa capacidade industrial. A política de incentivo à inovação tecnológica, que gerou toda a vanguarda da Petrobrás na exploração de petróleo em águas profundas fica também prejudicada se a estatal deixar de ser a operadora única do pré-sal.
A Petrobrás descobriu as jazidas do pré-sal a partir de suas próprias pesquisas e com a utilização de sua própria tecnologia de exploração em águas profundas, sem nenhuma colaboração ou auxílio externo. E as jazidas do pré-sal apresentam risco exploratório próximo de zero, ou seja, praticamente não há possibilidade de se furar um poço e não encontrar petróleo. Nenhuma empresa petrolífera do mundo, estatal ou não, abriria mão dessas reservas. Não há sentido algum em determinar que a Petrobrás perca o controle sobre as jazidas que ela própria descobriu e desenvolveu tecnologia própria para explorá-las, em nome do Estado brasileiro.
O resultado da aprovação do Projeto de Lei do Senado nº 131/2015 seria a perda do controle nacional sobre as reservas petrolíferas e sua exploração ditada a partir dos interesses privados das grandes petroleiras internacionais. Que país do mundo seria capaz de abrir mão do controle sobre esses recursos? Certamente nenhum. Não existe razão alguma que justifique que o Brasil deva permitir a dilapidação de toda essa riqueza estratégica.
O momento atual é extremamente grave. A crise dos preços do petróleo e a fragilidade política do atual Governo Federal estão abrindo brechas para que propostas absurdas como a do Senador José Serra ganhem o apoio dos mesmos entreguistas e oportunistas de sempre, estimulados pela grande mídia, e por um Governo esquizofrênico, que promove a “privatização branca” da Petrobrás, com a venda desenfreada de ativos liderada pelo atual Presidente da Petrobrás, Ademir Bendine, que pretende se desfazer de boa parte do patrimônio da empresa, patrimônio constituído com dinheiro público, diga-se de passagem, no pior momento econômico possível, na “bacia das almas”. A destruição da Petrobrás e a entrega do pré-sal interessam a quem? Ao povo brasileiro ou a uma minoria privilegiada que vive de rendas no mercado financeiro? A resposta a essa pergunta é mais do que óbvia e a defesa da Petrobrás e do controle estatal sobre os nossos recursos petrolíferos é fundamental para o futuro do país.

¹ - Gilberto Bergovici é professor titular da Faculdade de Direito da USP.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

EUA: Socialista vence Clinton no estado de New Hampshire

Dia 08 de novembro ocorrerá a eleição mais importante do mundo, de fato quem assumir a mais famosa Casa Branca do planeta terá em seus domínios a maioria do capital financeiro e do poderio militar.
Bernie Sanders (Foto: Internet)

Antes do grande embate os partidos estão realizando as primárias, ou seja, estão tirando os delegados nos estados para credenciá-los na Convenção Nacional e então elegerem o candidato do partido.
Nos Estados Unidos ocorre a polarização no processo eleitoral, diferente do Brasil, onde partidos considerados pequenos conseguem influenciar a conjuntura, nos EUA os Partidos Democrata e Republicano disputam intensamente durante todo o processo.
Ontem (terça-feira) o estado de New Hampshire foi palco das primárias, do lado Republicano levou o ultra-direitoso Donald Trump e do lado Democrata que levou foi o autointitulado Socialista Democrata Bernie Sanders.
O Plano Político de Trump destaca a construção de um grande muro na fronteira dos país com o México, mais incentivos à indústria da guerra e combate a imigração ilegal. 
Já o plano do Socialista Sanders destaca o combate a influencia de Wall Street no financiamento de campanhas eleitorais; reduzir juros do cartão de crédito e taxas cobradas pelos bancos; universalizar o Sistema de Saúde e reformar a política do Banco Central para que ele passe a atender aos interesses do povo.
Com esse discurso Trump ganhou com 34%, o dobro de votos do segundo colocado John Kasich, governador de Ohio, que teve 16% e o terceiro foi Ted Cruz, governador do Texas, com 12%.
Sanders ficou com 60% dos votos enquanto Hillary Clinton ficou com 39%. 
A consulta interna aos Democratas e Republicanos em New Hampshire foi a segunda de uma série de 50, pois cada estado participará desse processo. A primeira foi em Iowa e o republicano Ted Cruz teve 28% do eleitorado enquanto que o multimilionário Trump teve 24% e o senador da Flórida, Marcio Rubio, conquistou 23%. Já no partido Democrata em Iowa houve, praticamente, empate técnico, com Clinton um pouco na frente.
Até junho os 50 estados já deverão ter feito as suas consultas, mas o que esses dois resultados evidenciam, é que além da polarização da eleição norte americana haverá uma disputa interna imensa dentro dos partidos, pois Trump não abre mão da candidatura, e no Democrata, Clinton, que tem apoio de Wall Street e Obama, agora sofre ameaça do democrata e socialista Sanders, este que está em crescimento nas pesquisas e na disputa interna, inclusive está ganhando milhares de adeptos na internet e dentro da Juventude, não é atoa que ontem teve 83% dos votos entre as pessoas com idade entre 18 a 29 anos. 
Ainda é difícil prever quem serão os candidatos que disputarão o trono do capitalismo, no entanto, com a ascensão de Trump e Sanders a conjuntura norte americana se acirra para uma grande disputa por dois projetos políticos totalmente diferentes. 
Se no Brasil em 2014, houve a  ruptura do contrato de conciliação, imaginem os EUA em um cenário pós eleição com esses dois candidatos. É fato que nessa conjuntura o Sanders é o melhor quadro para a Casa Branca, ainda mais em uma conjuntura que os EUA seguem desestabilizando países como a Argentina, Venezuela e Brasil. 
Pela importância que a eleição dos EUA tem é necessário ficarmos atentos para os próximos capítulos desse processo e sigamos torcendo para Wall Street ruir, pois isso significará menos especulação e mais distribuição de riqueza a Classe Trabalhadora, que quem de fato a produz.
Sanders um senhor de 74 anos ainda inspira os jovens a pensarem em um EUA sem desigualdades, inspira a juventude a debater Educação e Saúde Pública. No Brasil são poucos que tem essa capacidade, talvez, nem o Lula consiga mais inspirar tanta gente, como conseguiu fazer nas últimas quatro décadas. Talvez não seja só tarefa de Lula fazer isso, talvez a tarefa seja de toda a esquerda.
A tarefa de conquistar o Coração e a Mente da classe trabalhadora é da militância, é dos Marxistas, é dos Comunistas.  


Sites Consultados:

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

BRASIL: Em 2015 a "Crise" encheu os bolsos dos banqueiros

Em 2015 foi o ano que os bancos lucraram mais. Enquanto o quarto poder, a grande mídia, empurrava nos aparelhos de Rádio e TV que o Brasil enfrentava uma crise profunda, uma crise comparada a depressão econômica de 1929, os bancos mostraram que ano passado foi o melhor ano para tirar dinheiro da classe trabalhadora.

No início do ano o Comitê de Política Monetária (COPOM) decidiu manter a taxa de juros em 14,25%, havia a possibilidade de aumentar para até 14,75%, mas depois de várias pressões das Centrais Sindicais e Movimentos Populares, o COPOM resolveu manter a taxa de Juros, no entanto, com os juros batendo no teto de cada trabalhador, os bancos aproveitaram para ganhar dinheiro, muito dinheiro.
Comparado com 2014, o ano passado o Itaú Unibanco aumentou sua taxa de lucro em 15,4%, o Bradesco 14% e o Santander 13,2%, no entanto, esse lucro não foi para os bolsos dos trabalhadores, certamente esses lucros foram parar nas mãos de poucas pessoas, enquanto a maioria dos brasileiros continuam se endividando.
O ajuste fiscal promovido pelo ex-ministro Joaquim Levy e com o apoio da presidenta Dilma foi um dos principais mecanismos utilizado pelos banqueiros para lucrarem tanto as custas da classe trabalhadora, que é quem de fato produz a riqueza.
O Lucro desses três bancos privados no ano passado foi de R$47 Bilhões, isto é um indicativo que o ajuste fiscal encheu os bolsos dos mais ricos. O trabalhadores do setor bancário denunciam que houve terceirização de vários serviços o que possibilitou uma exploração maior da classe trabalhadora com perca de direitos, precarização dos ambientes de trabalho e desvalorização da mão de obra.

O resultado dos relatórios dos bancos evidencia que o capitalismo financeiro deu muito certo para quem é rico, no entanto, para a classe trabalhadora o capitalismo é um aparato feroz que esquarteja a liberdade e a igualdade em Direitos. 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Efeito BELO MONTE: Parte de Altamira se Afoga e Volta Grande Sufoca

De domingo (31/01) para segunda-feira (01/02) houve uma chuvarada em Altamira e região, fato esse que possibilitou o alagamento em várias vias da cidade gerando vários transtornos aos altamirenses.
Rua Beliza de Castro, Bairro Independente II (Foto: Aline Miranda).

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) foram 68,8 mm registados de chuva, o que significa que no espaço de 1m² choveu 68,8 litros de água. Essa quantidade de água foi o suficiente para prejudicar centenas de pessoas que trafegavam pela Avenida Perimetral, bairro Independente II, rua Dragão do Mar e várias avenidas.
Nos últimos anos, várias ruas e avenidas do centro da cidade passaram a acumular grande quantidade de água após chuvas torrenciais, uma das explicações para isso foi o a ampliação da área urbana com o aumento de construções de loteamentos e reassentamentos, por causa da demanda e por fins especulativos no município após a construção de Belo Monte.
Como condicionante da construção de Belo Monte, o IBAMA obrigou a Norte Energia, dona das barragens no rio Xingu, a implementar os serviços de Abastecimento de Água Potável, Manejo dos Resíduos Sólidos e Coleta e Tratamento de Esgoto Doméstico, no entanto, a empresa não foi responsabilizada em implementar o serviço de Drenagem de Águas Pluviais, ou seja, o saneamento básico ficou sem uma das “quatro membros”.
Com o serviço de Drenagem funcionando de forma precária, centenas de famílias que ainda moram em áreas de baixio passaram a sofrer cada vez mais com as chuvas e acumulação de lama, exemplo disso são as comunidades Independente I e Independente II, está última conquistou recentemente o direito de ser cadastrada pela Norte Energia, por morar abaixo da famigerada cota 100m (100 metros acima do mar).
De acordo com a Norte Energia o lago de Belo Monte atingirá permanentemente até a cota 97m e entre essa cota à cota 100m será a margem de segurança, com isso, a água da chuva só acumulará e atingirá essa cota de segurança se houver uma precipitação pluviométrica maior do que a registrada nos últimos cem anos. 
O site da Norte Energia disponibiliza diariamente o nível da cota e a vazão do rio Xingu, hoje as águas do xingu ultrapassaram a cota 97m, por outro lado, a Volta Grande do Xingu sofre com a diminuição da água no rio, de acordo com o monitoramento da Norte Energia houve a diminuição da vazão de 34%, aspecto este que já vem causando uma série de impactos naquela região. O Movimentos dos Atingidos por Barragens (MAB) vem acompanhando as denúncias das famílias moradoras da vila da Ressaca, Ilha da Fazenda, vila do Galo e da terra indígena dos Maia.
É importante ressaltar que Belo Monte impactou diretamente a vida de todas as famílias da região do Xingu, sobretudo em Altamira com o alagamento das principais vias (portanto, perca do direito a cidade) e na Volta Grande do Xingu com a diminuição da vazão rio e perca de uma parcela importante da biodiversidade.

Só com muita organização popular é que os atingidos por Belo Monte conseguirão ganhar esse cabo de guerra e garantir políticas coletivas/políticas públicas, pois mesmo com a liberação da Licença de Operação ainda há muitas lutas pra fazer e muitos Direitos a serem conquistados. Belo Monte não está consolidado, pois a Norte Energia ainda deverá aos atingidos nesses próximos 30 anos.