quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Encontro das Etnias Xipaya, Kuruaya e Jurunas aconteceu em Altamira.

Na tarde dessa terça-feira (18) a Defensoria Pública do Pará (DPE) realizou o encontro sobre identidades dos povos indígenas Xipaya, Kuruaya e Jurunas residente me Altamira-PA.
Foto: O ex-coordenador da FUNAI e atual presidente da associação indígena Kirinapã, Gilson Kuruaya, apresenta algumas propostas a mesa. Fonte:Jackson Dias/MAB

Participaram da mesa lideranças de associações indígenas, Ministério Público Estadual, Judiciário e Fundação Nacional do Índio.
Os indígenas relataram da dificuldade de seus parentes oficializarem o sobrenome étnico.
Segundo oinisterio Público do Estado são cerca de 70 processos na justiça de pessoas que querem ter registrado o sobrenome indígena.

Frentes ambientalista e indígena unem agenda contra “retrocesso socioambiental”

As frentes parlamentares ambientalista e indígena retomaram as atividades nesta terça-feira (18) com anúncio de agenda unificada contra propostas do Executivo e do Legislativo classificadas de “retrocesso socioambiental”. Na lista de prioridade das duas frentes, está a derrubada do projeto de lei (PL 191/20) e da proposta de emenda à Constituição (PEC 187/16) que tratam da exploração econômica em terras indígenas, além de mudanças no projeto de lei geral do licenciamento ambiental (PL 3729/04).

Diante do cacique Raoni e de outras lideranças indígenas, além de entidades ambientalistas, a coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas, deputada Joenia Wapichana (Rede-RR) entregou ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os manifestos elaborados em encontros de várias etnias contra a mineração, garimpo e outras atividades econômicas dentro dos territórios dos índios.

“O projeto de lei tem problemas claros de inconstitucionalidade e injuridicidade, razão pela qual se impõe a imediata devolução”.

Raoni vestia uma camiseta com recado claro: “minha ideologia é floresta em pé, água limpa, ar puro e comida sem veneno”. Seu discurso foi traduzido por outra liderança Kayapó.

“A gente não aceita mineração em terra indígena. No projeto do Bolsonaro, ele está usando uma minoria de indígenas para tirar foto com ele. É a minoria. Mas a maioria não aceita”.


O novo coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), destacou a necessidade de construção de uma agenda ambiental “positiva” no Congresso, marcada pelo combate ao desmatamento ilegal, o incentivo à preservação ambiental e a garantia dos direitos das comunidades tradicionais. Nesse aspecto, Agostinho pediu atenção especial no debate em torno da proposta de lei geral de licenciamento ambiental.

“A gente sabe que vai ter muito trabalho do ponto vista de resistência para conseguir barrar projetos prejudiciais à questão ambiental. O licenciamento é a espinha dorsal do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama). É importante que a gente tenha uma lei geral que traga equilíbrio nas relações e não uma lei geral para liberar geral”, salientou.

Em artigo conjunto publicado nesta terça-feira no jornal Folha de S. Paulo, oito ex-ministros do Meio Ambiente fazem apelo ao presidente da Câmara para que não coloque em votação o projeto de lei do licenciamento ambiental enquanto não houver “consenso, equilíbrio, responsabilidade e transparência” na proposta. O ex-ministro José Carlos Carvalho, titular da pasta em 2002, participou do encontro da Frente Parlamentar Ambientalista e classificou de “crime” a possibilidade de retirada da avaliação do impacto ambiental indireto das obras de infraestrutura, que, segundo ele, está no projeto de lei.

Os ambientalistas e indigenistas que defenderam a pauta unificada das frentes parlamentares também anunciaram a retomada do movimento Povos da Floresta, idealizado pelo líder seringueiro Chico Mendes nos anos 1980 para reforçar a luta socioambiental. A filha de Chico, Ângela Mendes, está à frente da nova mobilização. Segundo ela, as reservas extrativistas e os territórios de uso sustentável e coletivo, que foram legados da luta de seu pai, também estão ameaçados neste momento.

“Cremos que só unificando a nossa luta e a nossa agenda vamos conseguir enfrentar todo esse estado de retrocesso que está aí na forma de quase mil PLs, decretos e PECs que visam desmontar a Amazônia e ameaçar todos esses povos da floresta. São cerca de 300 projetos que recategorizam e diminuem esses territórios de uso sustentável e coletivo”.

Outra meta dos ambientalistas para 2020 é a consolidação de frentes parlamentares nas Assembleias Legislativas. Atualmente, já existem frentes em 18 estados.

Por: Câmara Federal

Reportagem - José Carlos Oliveira
Edição - Ana Chalub

MAB reúne com prefeito de Altamira-PA para discutir a pauta dos Atingidos.

Como resultado da mobilização dos atingidos na prefeitura de Altamira na semana passada, na manhã desta terça-feira (18/02) o MAB foi recebido pelo prefeito Domingos Juvenil. 
Foto: Coordenação do MAB reunida com o prefeito e mais três secretários.

O Movimento apresentou sua pauta de reivindicações à prefeitura. 

✅ O prefeito se comprometeu em apoiar a ida de uma delegação de atingidos do município para Belém para apresentar sua pauta ao governo do estado. 

✅Também se comprometeu a apoiar a ida de representantes da Lagoa do Independente 1 para Brasília para apresentar suas reivindicações pelo reconhecimento como atingidos por Belo Monte ao Ibama. 

✅ Além disso, o prefeito se comprometeu a encaminhar imediatamente a capinagem dos terrenos públicos e calçadas dos 5 reassentamentos urbanos coletivos (RUCs) e a troca das lâmpadas que estão queimadas.
Foto: Momento da reunião.

O prefeito nos informou que até agora só recebeu da Norte Energia o RUC Casa Nova e o RUC Laranjeiras.

Por: Elisa Estronioli/MAB

Iniciou os trabalhos da CPI da Lagoa do Independente 1 em Altamira-PA.

Na manhã dessa segunda-feira (17) a Câmara Municipal de Altamira instalou a comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Lagoa do Independente 1.
Foto: O membro da coordenação nacional do MAB, Jackson Dias, depondo na CPI.

O objetivo da CPI é investigar os motivos da Norte Energia não ter reconhecido as 370 famílias que foram cadastradas pela empresa, mas que ela se negou a reconhecer.
Foto: Presidente da Ambaji, Izan Passos, depondo na CPI. Fonte: Igor Meireles/MAB.

A criação da CPI foi uma luta do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), pois a Norte Energia fechou todos os caminhos de diálogos em relação a esse assunto. No final do ano passado o MAB convidou os vereadores para uma reunião na comunidade e surgiu a possibilidade de abertura dessa CPI.
Foto: Alguns Moradores da comunidade acompanharam os depoimentos. Fonte: Jackson Dias/MAB

Na manhã dessa terça-feira (18) aconteceu a primeira audiência da CPI e foram intimados os representantes do MAB e o representante da Associação de Moradores do Bairro Jardim Independente 1 (AMBAJI) para prestarem esclarecimentos sobre o que eles sabem em relação as famílias cadastradas.
Os depoimentos do Jackson Dias (MAB) e do Izan Passos (AMBAJI) foram contundentes e afirmaram a responsabilidade da Norte Energia em realocar as famílias e a responsabilidade da prefeitura em restaurar a lagoa.
Os dois depoimentos se basearam nos pareceres da Diretoria de Licenciamento Ambiental (DILIC) do IBAMA n°23/2018 e n°69/2018 que deixam claros a responsabilidade da Norte Energia em reconhecer as famílias que moram em residências que não possuem condições de receberem as ligações intradomiciliares que opere por gravidade.
A CPI seguirá escutando outras instituições que acompanham essa situação das famílias do Independente 1.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Seminário discute impacto na vida dos Atingidos por Belo Monte

Ontem (12) aconteceu no auditório da FUNAI em Altamira o seminário "proteção de direitos em deslocamentos compulsórios".

Participaram da mesa de debates o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Conselho de Saúde de Altamira, Conselho Ribeirinho, Defensoria Pública da União e a professora Dra. Dulce.
O debate foi mediado pelo deputado estadual Carlos Bordalo, presidente da comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Pará.
Para Edizângela Barros, da coordenação do MAB, o evento foi importante para termos um diagnóstico dos impactos de Belo Monte, bem como para entendermos que não há nenhuma política de edireitos dos Atingidos e que por isso temos que que continuar lutando.
A Gracinda Magalhães, conselheira de saúde, pode denunciar vários impactos na vida dos Atingidos nós Reassentamentos Urbanos Coletivos (RUCs).
A Elisa Estronioli, da coordenação do MAB, caracterizou como está esvaziada o arcabouço jurídico que trata sobre os atingidos, bem como lançou a proposta do MAB em realizar uma Projeto de Lei de Iniciativa Popular para a criação da Política Estadual dos Atingidos por Grandes Projetos.
O seminário teve a participação de dezenas de lideranças atingidas por Belo Monte.
Segundo Kena Chaves, da Fundação Getúlio Vargas, irão ocorrer seminários em Santarém, Barcarena, Marabá e Belém e ao final dessa série de seminários irá ser elaborado um texto para o Conselho Nacional de Direitos Humanos votar a criação de uma resolução específica sobre o deslocamento compulsório.

Atingidos por Belo Monte ocupam prefeitura se Altamira-PA

Ação foi tomada porque o prefeito de Altamira abandonou reunião e deixou moradores sem resposta.
Na manhã desta quarta-feira (12), cerca de 200 moradores da comunidade do Independente 1 foram até a prefeitura para participar de uma reunião marcada pelo próprio Prefeito Domingos Juvenil. Como o prefeito abandonou a reunião no meio, as famílias decidiram permanecer no local até que ele retorne.

Os moradores, organizados no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) estão em luta pelo direito de serem reconhecidos como atingidos pela Hidrelétrica de Belo Monte. Eles vivem na região da Lagoa do Independente 1, de onde 600 famílias já foram removidas e tiveram direito à indenização e ao reassentamento. 

No entanto, a Norte Energia se recusa a retirá-los. As famílias estão convivendo com alagamentos constantes, o esgoto voltando para dentro das casas (sistema de saneamento implantado pela própria Norte Energia) e doenças causadas pela situação de insalubridade em que ficou a lagoa após a retirada das famílias que viviam nas palafitas. A prefeitura deveria ter feito a revitalização do local, mas ainda não cumpriu.

A prefeitura informou que entrou com uma ação judicial contra a Norte Energia para que reconheça o direito dessas famílias e está aguardando o parecer do juiz.
"Nada justifica a irresponsabilidade do prefeito de abandonar a reunião. Ele deve respostas enquanto representante eleito pela população", afirmou Izan Passos, da coordenação do MAB e da associação de moradores do bairro.

"Queremos que a prefeitura faça a desinfecção da Lagoa, que ficou sob responsabilidade dela no termo de compromisso firmado com a Norte Energia. Está tendo uma epidemia de dengue naquela região e não vemos uma ação da prefeitura lá", afirma Jackson Dias, do MAB.