No último sábado (20) as famílias organizadas
no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e que moram no “Reassentamento
Urbano Coletivo” (RUC) Jatobá celebraram as Lutas, Conquistas e Desafios para o
próximo período.
Na ocasião foi realizada a memória das Lutas
de 2014, onde várias das famílias reassentadas só conseguiram acelerar o
processo de mudanças por causa da ocupação do RUC e ocupação da Rodovia Transamazônica,
alguns militantes confessaram que estão no Movimento a mais de quatro ou cinco
anos, e que a princípio duvidavam que não haveria violação de Direitos Humanos,
mas que durante esse período participaram de vários processos de formação do
MAB, e puderam ver alguns casos como na região do rio Madeira (reduto das barragens
de Jirau e Santo Antonio) e os assimilaram com o que ocorre com a região do
Xingu.
Esse ano o Inverno foi intenso e obrigou as
famílias moradoras dos “baixões” a serem abrigadas no Parque de Exposição, nesse
local essas trabalhadoras e trabalhadores ficaram alojado em ESTÁBULOS, por
vários dias elas ficaram sem água, sem banheiro, sem segurança, sem dignidade.
Nesse sentido a ocupação do RUC Jatobá e ocupação da Rodovia Transamazônica
(dia13/03) foram importantes para essas famílias conseguirem estruturas um
pouco mais salubre no alojamento, via Norte Energia (dona de Belo Monte). No
entanto, o Inverno já estava terminando e muitas famílias não queriam mais
retornar aos baixões e sim as casas prometidas pela Norte Energia, nesse
sentido fora feita outra ocupação na Transamazônica no dia 27 de maio, para
pressionar a empresa a acelerar a construção das casas, a realocação e
cadastramento das famílias não cadastradas.
Mesmo assim depois de estarem reassentadas a
Luta continuou, algumas casas apresentaram defeitos (rachaduras, explosão de
fossas, alagamentos no quintal), inclusive os moradores enviaram um ofício a
Norte Energia Solicitando uma reunião para discutirem e resolverem os problemas
citados e a falta de escolas e postinho médico, além de iluminação pública, mas
que até a gora não fora respondido pela empresa.
Outro problema enfrentado pelos moradores é o
alto valor cobrado da energia elétrica, onde o valor, em vários casos dobrou e
em alguns caos foi multiplicado por cinco, isso se deve, pois antes de fazer a
mudança dessas famílias a Norte Energia não se atentou em continuar o registro
na CELPA/EQUATORIAL dessas famílias como Unidade de Baixo Consumo. Inclusive as
famílias participaram no Ato contra o Aumento da Tarifa de Energia no dia 05 de
agosto.
No segundo momento da confraternização foram
apresentadas as Arpilleras (técnica chilena usada pelas mulheres na denúncia da
ditadura Chilena), essa técnica foi ensinada as mulheres do RUC durante o
encontro de Mulheres do MAB, no último dia 13. Na conjuntura de Belo Monte essa
técnica é usada para denunciar a violação aos Direitos Humanos na Construção do
Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte, onde várias famílias estão sendo
expulsas de suas propriedades em nome da necessidade de criar mais energia para
as grande industrias do Beneficiamento do Minério (a vale tem 9% de Belo
Monte). Por tudo isso foi realizado a confraternização e fortalecido a Luta dos
Atingidos pela Barragem de Belo Monte para o próximo Período.
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