segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

No Pará o número de presos é 69% maior que a capacidade instalada.

Segundo a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (SUSIPE) de 2015 a novembro de 2016 a população carcerária no estado do Pará aumentou 14% chegando a 15.525 pessoas, no entanto, a capacidade (vagas) aumentou apenas 1,87% chegando a 8.600 vagas para os presos.
Foto: Centro de Recuperação Regional de Altamira. Fonte: SUSIPE

Do total da população carcerária, a Polícia Civil custodia 403 pessoas, enquanto que a maioria, 15.122 pessoas, são de responsabilidade da SUSIPE, destes 985 são monitorados eletronicamente enquanto que 14.137 pessoas estão presas. Ou seja, somando os presos custodiados pela Polícia Civil e pela SUSIPE o diagnóstico é que há no estado do Pará 14.540 pessoas presas.  Isso significa que o número de presos no estado do Pará é 69% maior do que a capacidade instalada (nos 45 presídios). O estado ocupa a 14ª posição entre os estados brasileiros em população carcerária.

Segundo o Site G1 em 2017 a população carcerária do Brasil é de 668.182 presos, uma quantidade de 69,2% maior que a capacidade instalada no país, que é de 394.835 vagas.

O que dizer da atuação do Estado?

Diante das chacinas ocorridas nos presídios do Amazonas (de gerenciamento Privado) e Roraima na primeira semana do ano, sem contar o que aconteceu no presídio de Pedrinhas no Maranhão, antes da gestão de Flávio Dino, é importante debater para além do sistema penitenciário, pois as mortes estão relacionadas com o crime organizado (dentro e fora dos presídios), que cada vez ganha mais adeptos e mais espaço. O fato dos presídios brasileiros não serem Centros de reabilitações e sim verdadeiros navios negreiros (lotados, insalubres e repressores) facilita a inserção dos presos às facções nos presídios e quando saem continuam ligados a essas organizações criminosas e muitas vezes ultrapassam as fronteiras, deixando mais claro ainda que isso é um problema de Estado e não de estado.

Se o Estado falha na proteção de pessoas (presos) em sua guarda, o que dizer da proteção para as pessoas que se locomovem todos os dias para trabalhar 44horas semanais para conseguir as condições mínimas permitidas pelo Capitalismo para a sobrevivência (que muitas vezes não suprem nem essas necessidades)?