quarta-feira, 29 de julho de 2015

Em Altamira, Militantes dos EUA discutem conjuntura de seu país

Ontem (29) no auditório da faculdade de Etnodiversidade o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) organizou uma roda de conversa com a presença de dois militantes do Estados Unidos da América (EUA).
Robert Robinson é o primeiro da esquerda e Joelle Robinson é a primeira da direita.
Foto: Rylla Bryanne  

O auditório ficou lotado com a presença de estudantes, militantes do MAB, curiosos que foram até lá para discutirem a conjuntura dos EUA a partir da visão de Robert Robinson e Joelle Robinson, ambos militantes desse país. 
Robert Robinson  é da Organização Não Governamental (ONG) "Take Back the Land" que significa "Retomar a terra", ele iniciou o debate falando um pouco da história de seu país, segundo ele a sociedade norte americana foi formada a partir do Imperialismo, Colonialismo e Escravagismo, esse último terminou no papel em 1865 mas na prática continua existindo em toda a América. 
A ONG  que Robert Coordena surgiu a partir da necessidade intensificada na crise de 2008, onde o numero de casas vazias aumentou para 14 milhões e o déficit habitacional atingiu o patamar de 2 milhões de habitantes nos EUA, então, segundo ele era só fazer uma conta simples, no entanto, para o capital essa conta não poderia ser feita, a partir daí as lutas por moradias aumentaram em Nova York, mas as famílias tinham muito medo de ocupar os prédios por que não entendiam seus direitos. 
Para Joelle Robinson da ONG EcoHermanas na tradução fica "Irmãs ecológicas", a colonização do Brasil e EUA foram as mesmas, mas que no Brasil a formação Política é mais ampla, pois diferente do Brasil nos EUA as organizações sociais são muito locais, Robert complementa dizendo que o único movimento nacional que teve nos EUA foi os "Panteras Negras", e isso já faz muito tempo. 
Segundo Joelle a comunidade de cor (afrodescendentes e latino americanos) não têm acesso a alimentação saudável, para eles só são ofertados McDonald enquanto que para as outras pessoas são ofertados frutas e legumes. Para tentar furar esse bloqueio a ONG que ela faz parte está criando Hortas Comunitárias e Lutam por incentivos para a construção de mercados para a venda de produtos saudáveis. 
Sobre a Luta racial, Robert falou que o programa de Cotas também foi feito nos EUA, principalmente nos anos 1960 e 1970, ele considera um bom programa, mas não será isso que acabará com o Racismo estrutural em seu país. Recentemente a Luta racial intensificou por causa do episódio de Fergunson (entenda) onde a juventude negra saiu as ruas para protestarem contra o assassinato de um Jovem negro por policiais brancos. 
Dentre as várias perguntas feita na roda de conversa, uma foi sobre o fim do embargo econômico entre EUA e Cuba, para Joelle o retorno das relações entre esses países é importante, pois nos EUA a população não têm acesso a informações sobre a cultura, política, sistema de saúde e educação cubana, e o país impões barreiras para as pessoas viajarem a Cuba. 

Robert e Joelle fazem parte de organizações consideradas amigas do MAB, essa rede com organizações internacionais foi costurada a partir do 7ª Encontro Nacional do MAB, ocorrido em 2013 e São Paulo. 
Foto: Rylla Bryanne
Agora eles retornam para os EUA com uma visão mais ampla e da responsabilidade que terão a partir de agora em aumentar a força e a resistência na Luta contra o Imperialismo de seu próprio país.