Um pouco de café: Pontos importantes dessas eleições

Arte: Vitor Teixeira 

A presidenta Dilma precisará do apoio da população brasileira para governar no próximo mandato. Essa leitura parte da composição do próximo Congresso que será mais conservador, até porque o próprio PT perdeu 18 deputados na Câmara federal (passando de 88 para 70) e o seu aliado fiel PCdoB perdeu 6 parlamentares (passando de 15 para 09), em contra partida o PSDB conseguiu alavancar a bancada em mais 11 deputados (passando de 44 para 55) e o PSB (que a nível nacional apoiou o PSDB no segundo turno) aumentou em mais 10 (passando de 24 para 34). Essa alteração das configurações cenário Legislativo indica o quanto foi gasto em campanhas nesse pleito, pois 95% das campanhas foram financiadas por empresas como a FRIBOI, Andrade Gutierrez, VALE... e o tamanho do dinheiro doado, na maioria das vezes, é o que define os candidatos que serão eleitos.

Outra coisa a pontuar é que vários partidos importantes saíram dessas eleições rachados, é o caso do PMDB (que no Rio Grande do Sul apoiou Marina Silva e no Segundo apoiou Aécio Neves), PSB (que no segundo turno a nível nacional apoiou Aécio, mas que perdeu em sua principal base, Pernambuco, de uma diferença de aproximadamente 2 milhões de votos a mais a Dilma) e a REDE (que mesmo antes de se tornar partido já “furou”, pois, precipitadamente alguns dirigentes nacionais postaram votos em Aécio, mas outra ala da nacional ficou descontente com essa opção, e abandonou o embalo).

Surpresa boa foi em Minas Gerais, que elegeu em primeiro turno o candidato do PT ao governo estadual e elegeu nos dois turnos a Dilma, nesse sentido dois fatores foram importantes, primeiro porque eles conhecem a forma que o PSDB abandona onde governa e outro fator fundamental foram as Consultas populares que aconteceu ano passado (valor da energia) e esse ano (Reforma Política), inclusive MG foi o estado que mais teve voto no Plebiscito Popular pela Reforma do Sistema Político, no universo de quase 8 Milhões de votos, os mineiros participaram com um pouco mais de 1 Milhão de Votos, isso indica que a proposta do Plebiscito, defendida por Dilma, foi decisivo, para conquistas os mineiros.

No Rio de Janeiro Dilma colocou 800 mil votos de frente ao Aécio, essa diferença foi construída com apoio do PSOL, inclusive é o estado onde o partido tem mais força onde o candidato ao governo deles conseguiu chegar aos 6% dos votos. A nível nacional o Partido Socialista e Liberdade não apoiou nenhum dos candidatos a presidência no segundo turno, mas se posicionaram a não votarem no candidato tucano. O militantes cariocas se posicionaram a favor de Dilma, mesmo fazendo duras críticas ao governo Dilma, Marcelo Freixo, Jean Wyllis e Chico Alencar foram os “puxadores” de votos para a presidenta. Outro fator que influenciou já foi no final do segundo tempo, com o apoio de Romário, que se escalou no time da Dilma, pois Aécio sinalizou Ronaldo para ficar com a pasta do Ministério dos Esportes.

Agora Dilma Enfrentará dificuldades para governar no segundo mandato, até porque Aécio já anunciou que vai fiscalizar de perto as ações da Presidenta, mas é importante salientar que o povo também deve fiscalizar as ações de Aécio pois ele ainda será Senador por mais quatro anos (nos primeiros quatro anos ele foi um dos mais faltosos e não conseguiu aprovar nenhum projeto de iniciativa sua). Mas, certamente esse governo tem tudo para dar uma guinada para a esquerda, e dependerá muito do alinhamento da presidenta com a base que a elegeu. A principal intercessão entre Dilma e a Base é a Reforma Política. 

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