Na última sexta feira (04) ocorreu o 1º Café Literário,
organizado pelo coletivo de Poetas Marginais, o tema debatido foi “50 anos do
golpe militar: Consequências e Atualidades.
Componentes da Mesa no Debate. |
A mesa foi composta pelo padre Bosco (prelazia do Xingu), professor Paulo Jorge (UFPA), professor Assis
(UFPA) e o Claret Fernandes (militante do MAB).
Compareceu também o Movimento de Mulheres, Pastoral da
Juventude, Levante Popular da Juventude, Grêmio Estudantil da escola
Polivalente de Altamira, União da Juventude Socialista, Diretório Acadêmico da
UEPA, Sintepp, Movimento Negro, Comissão do Plebiscito Popular pela Reforma Política, PCdoB, PT e PSOL e vários curiosos.
No debate foi colocado que o golpe militar foi financiado
pelos Estados Unidos (John Kennedy), e o golpe foi militar e civil, pois houve apoio,
a princípio, de sindicatos pelegos, Igreja (marcha da família com Deus),
latifundiários, banqueiros, mas o regime foi militar, inclusive extinguindo os
13 partidos políticos e deixando o bipartidarismo (ARENA e MDB). Os militares
sabiam o que queriam e o que estavam fazendo tanto é que o primeiro ato foi
incendiar e metralhar a sede da União Nacional dos Estudantes (UNE) na manhã de
1º de abril de 1964 na praia do flamengo 132, pois sabiam que os estudantes e a
juventude sempre tinham sido protagonistas das lutas anteriores. Houve um tempo
em que a luta ideológica já não surtia mais efeito, haja vista, dezenas de
pessoas que protestavam foram mortas (Edson Luís e Honestino Guimarães), então
a única medida era se armar e ir para o embate, os comunistas (subversivos) e
os militantes da Aliança Nacional Libertadora (ANL) se tornaram mais radicais,
sendo que a ANL ficaram mais na área urbana (saqueando bancos e sequestrando
embaixadores junto com o MR8), já os subversivos do PCdoB foram para a região
do rio Araguaia (bico do papagaio) formar uma guerrilha de resistência,
inspirada na guerrilha do Vietnã e na Revolução Chinesa. A principio os
governos militares não levaram muito a sério, mas depois de alguns anos foi
usado o que de melhor a repressão tinha para caçar os militantes, e a maioria
foram mortos (como na guerrilha do Araguaia) e outro ainda conseguiram fugir
para outros países, sendo que Carlos Marighella (ex-PCdoB e comandante da ANL)
se tornou inimigo número 1 da Ditadura e foi morto por querer mudar a realidade
“daquele Brasil de Ordem e Progresso”.
O 1º Café Literário foi um sucesso, compareceram algo em
torno de 50 pessoas, e todos com o gostinho de quero mais, até porque o debate
da Ditadura é muito amplo, mas ficou o indicativo de que se ocorrer o próximo,
o tema seja mais “destrinchado” e virar algo em torno da Ditadura Militar na
Região Amazônica, ou até destrinchar mais e ser a Ditadura Militar no contexto
da Região Transamazônica.
Algumas fotos:
O público bem qualificado para o debate. |
A juventude Debatendo. |
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