Ação da Tropa de Choque no Mutirão |
As Lutas de Junho
por muito tempo serão lembradas, principalmente por quem esteve nas ruas paralisando
todo o Brasil, as pautas eram diversas, talvez cada pessoa tinha um desejo
diferente e, o que aglutinava o desejo das massas eram a exigência de um Novo
Brasil, os Jovens (que eram 64% dos manifestantes) queriam transformar o país
em uma nação do tamanho de seus sonhos, queria que a Juventude fosse mais
respeitada, que não fossem discriminados, que não fossem caçados nas
comunidades, que o governo fortalecesse a entidades representativas da
juventude, queria políticas públicas de qualidade!
A maior conquista
das Lutas de Junho foi a aprovação do Estatuto da Juventude (LEI Nº 12.852, DE
5 DE AGOSTO DE 2013), que é um mecanismo necessário para a afirmação de
políticas públicas para os Jovens, o estatuto entrou em vigor no dia 06 de
fevereiro de 2014.
Altamira-PA
município polo da Transamazônica e Xingu, recebe a maioria dos impactos socioeconômicos
do AHE Belo Monte (terceira maior hidrelétrica no mundo) e dentro desse
contexto estão os jovens (estudantes, trabalhadores, artistas, esportistas,
desempregados, militantes de movimentos sociais) que a todo o momento sofre com
a privação e violação de Direitos, inclusive muitos dos direitos que estão no
Estatuto da Juventude.
No fim de 2013 na
votação do novo código tributário alguns jovens foram presos pela polícia
militar, pois eram suspeitos de quebrarem a vidraçaria da Câmara Municipal, na
ocasião os adolescentes foram presos por um ato claro de discriminação policial,
pois a plenária estava lotada por muita gente, que inclusive foi a ação de
revolta dessas pessoas que quebraram os vidros, mas a polícia prendeu os jovens
que estavam vestido de preto e que tinham tatuagens, e os levaram para a
delegacia sem provas. A atuação da polícia Militar e Tropa de Choque novamente
promoveram um ato de vandalismo e discriminaram a Juventude do bairro mutirão,
inclusive com os próprios estudantes da Universidade do Estado do Pará (UEPA),
no dia 20 de fevereiro os moradores atingidos pela enchente do dia 18.02
fecharam a avenida Bom Jesus como ato de protesto, por terem perdido todos os
bens, pela falta de assistência social e por não serem cadastrados pela Norte
Energia como Atingidos por Belo Monte, nessa ocasião os manifestantes (muitos
jovens) inclusive com representantes do Diretório Acadêmico da UEPA foram
tratados como terroristas, pois a tropa de Choque (comandada pelo capitão
Sílvio) jogaram bombas e balas de borracha (que inclusive acertou um empresário
do bairro). Essas ações da PM e Tropa de Choque mostram o quanto a força policial
está tensa com essa conjuntura de Belo Monte ( um projeto que dobrou a população
urbana e que a transformou em um Barrio de pólvora) sendo que no meio dessa tensão
estão o Jovens que gritam por projetos sociais, por políticas públicas de
qualidade e pela não descriminalização da juventude. Essa ação da PM e Tropa de
Choque fere os direitos do Estatuto da Juventude, pois no artigo 2º e inciso
VII está escrito que um dos princípios dessa lei é a não discriminação e no
inciso VI está escrito que um dos princípios dessa lei é “o respeito à
identidade e à diversidade individual e coletiva da juventude”. Ou seja, a atual conjuntura de Altamira, por
causa da barragem de Belo Monte, está fazendo com que a juventude seja
discriminada e a identidade coletiva da juventude, no caso do Diretório
Acadêmico da UEPA, composto por jovens estudantes e trabalhadores não foi respeitada
sendo até agredida pelo atual estado de tensão vigente no município.
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