sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Estudantes da UEPA-Altamira se Manifestam contra a prefeitura pelas más condições de acesso ao Campus.


Na última segunda feira (24) os estudantes da Universidade do Estado do Pará (UEPA) campus de Altamira saíram as ruas em direção a Prefeitura  com seus cartazes, faixas e a Pauta de Reivindicações.


A Mobilização partiu dos próprios alunos, uma turma chamou o Diretório Acadêmico para articular com toda a comunidade acadêmica do campus, primeiro eles decidiram a data, o horário e a Pauta, depois foram em cada sala de aula, inclusive chegaram a interromper a reunião de planejamento para falar com os professores e coordenação do campus, que foram solidários a pauta e declaram segunda feira facultativo, para que os alunos pudessem ir a prefeitura.
Os alunos foram chegando ao campus as 08:00 horas e foram elaborando os cartazes, faixas e palavras de ordem, entanto outro grupo passava com a Moto-som convocando os moradores a participarem. O DEMUTRAN foi avisado e chamado para auxilia na caminhada, mas não compareceu e então cerca de 40 a 50 estudantes se concentraram em frente ao campus, se organizaram em três colunas e partiram em caminhada rumo a prefeitura em um percurso de 3Km, eles iam se revezando nas falas no microfone, panfletaram, e aproveitaram para denunciar a o terrorismo feito pela tropa de choque na quinta feira (20) aos moradores do bairro Mutirão, pois naquela ocasião foi utilizado bombas e balas de borracha contra os moradores, que reivindicavam melhorias ao bairro e que não reagiram a ação da Tropa.
O percurso traçado foi Av. Bom Jesus, rua Antônio Vieira, Djalma Dutra e Pedro Gomes, ao chegarem na prefeitura o Local tinham vários guardas municipais e nada menos que dez policiais da Tropa de Choque, pronto para utilizarem de violência se preciso fosse. Então o Representante do Diretório Acadêmico leu a pauta de reivindicações. Foi exigida a presença do prefeito Juvenil, mas ele não foi e apareceu o secretário de Obras e Viação, Pedro Barbosa, que assinou uma via da pauta e falou que a manifestação era legítima, e que nesse caso a secretaria iria dar uma atenção maior ao bairro Mutirão.
Uma comissão com 4 estudantes e um morador do bairro entrou na prefeitura e se reuniram juntos com o Pedro Barbosa e o Secretário de Administração Municipal, Fabiano Bernardo.
Ficou decidido assim:
  1.  A prefeitura irá melhorar as condições de acesso ao Campus da UEPA, até sábado (01.03), colocando uma grade de ferro junto com concreto para que as crateras não retornem;
  2.  A prefeitura irá desentupir os poços de visita, inclusive em frente ao campus tem um transbordando constantemente;
  3. A prefeitura ficou de trocar as lâmpadas dos portes do Inicio do Mutirão até um pouco acima da UEPA até a semana que vem, isso não estava na pauta mas o estudante de Matemática, Vitor Biró, falou na reunião que os acadêmicos da Noite tem medo de trafegar nas condições atuais de iluminação;
  4. A prefeitura vai construir uma rotatória entre a Avenida Bom Jesus e Transamazônica para diminuir os acidentes próximos ao campus;
  5. A pavimentação da Rua só será no período menos chuvoso;
  6. O Secretário de Obras falou que no momento não dará para fazer a dragagem do igarapé que transbordou na terça feira (18);
  7. Será a prefeitura que vai executar as obras de Drenagem Urbana, segundo Pedro Barbosa o início das Obras será no fim de Março.  

A mobilização foi importante, pois todos que participaram estavam bem conscientes do processo de mudanças que eles estavam executando, e todos que se manifestaram também não entenderam porque da quantidade de soldados da Tropa de Choque, pois todos que estavam ali era alunos e trabalhadores de ensino. O Diretório Acadêmico repudia toda forma de utilização de Intimidação por parte dos policiais, inclusive da guarda municipal, pois a pauta era legítima e os estudantes tinham completa consciência de seus Atos.
Sobre o cumprimento da pauta, ontem a prefeitura já desentupiu o poço de visita e melhorou as condições de via de acesso a comunidade acadêmica em frente a UEPA.
Várias vezes o coordenador do campus e coordenador administrativo foram a prefeitura reivindicar essa pauta, mas só foi através da organização dos estudantes, com a força do Movimento Estudantil é que essa pauta está avançando.

Viva os Estudantes de Luta da UEPA-Altamira!
Viva a Luta do Movimento Estudantil!
Viva a União Nacional dos Estudantes!

As fotos da Mobilização:

Más condições de tráfego em frente ao Campus.

Leitura da Pauta de Reivindicações.






Jackson Dias falando pela União Acadêmica Paraense.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Estudantes da UEPA e moradores do bairro Mutirão sofrem repressão da tropa de choque

                                         



Na manhã dessa quinta feira (20) as 9:00 horas dezenas de moradores do bairro mutirão no município de Altamira Pará, fizeram uma barricada no início da Avenida Bom Jesus, esses moradores foram os que sofreram com a última enchente ocorrida na terça feira (18) e na ocasião se manifestaram para denunciar o prefeito Domingos Juvenil e a imprensa local (SBT e Rede TV) por noticiarem que todos os atingidos dessa enchente teriam sido alojados em hotéis.
Muitas famílias perderam todos os bens, e por isso não arredaram de lá até que alguém da prefeitura pudesse ir ao local para resolver essa situação de calamidade pública. O estudante da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Jackson Dias, estava a caminho do campus, localizada na mesma avenida fechada pelos moradores, e tinha ido aquela manhã para falar com os alunos de uma turma que queriam também fazer um protesto, pois eles são diretamente afetados pela má estrutura de tráfego no bairro, inclusive muitos alunos tiveram que atravessar a ponte do bairro com a lama pela cintura na última terça feira. Os alunos decidiram pela manifestação e passaram em todas as turmas convocando o restante e inclusive entraram na reunião entre os professores e a coordenação do campus, para convocarem a todos, e deu certo, então ficou amarrado que nessa segunda feira as 8:00 haverá uma manifestação que sairá da UEPA em direção a prefeitura para pressionar o governo a melhorar as condições do bairro mutirão. A partir daí, vários alunos da Universidade, foram sensibilizados com a Luta dos moradores do bairro e foram para a barricada acompanhar a mobilização.
Durante a barricada eram liberados a passagem de bicicletas, pedestres, pessoas doentes, idosas/os, fato esse que foi distorcido pelos jornais locais. Durante toda a manhã a polícia Militar acompanhou a manifestação.
Os moradores tinham pauta concreta:
1 - Ações imediatas para famílias atingidas pelas chuvas na Transamazônica, Rua João Pinho e Rua das Violetas.
2 - Cadastro e reconhecimento junto a Norte Energia das famílias das áreas citadas acima, para reassentamento.
3 - Melhorar as condições de tráfego na Av. Bom Jesus.

As 16:00 horas os Secretários de Gabinete e de Planejamento, Fabiano e Rainério respectivamente, foram a local e negociaram a primeira exigência com os moradores da rua João Pinho e Rua das Violetas disponibilizando assistente social para tentar minimizar os impactos e fazer um cadastro das casas que fora diretamente afetadas pela enchente, os moradores aceitaram essa proposta e os secretários foram embora, a partir disso a Polícia Militar começou a pensar uma estratégia para dispersar geral, a primeira medida foi desestabilizar os moradores, pois os secretários da prefeitura “resolveram” a primeira exigência que beneficiava uma parte da população, mas ainda restaram outras duas exigências, inclusive uma delas contemplava a pauta dos alunos da UEPA que ainda se encontravam na mobilização, então a PM e a Tropa de Choque tentaram ludibriar os moradores assistidos pela conversa com os secretários de que teriam que retirar a barricada (composta pelos móveis que foram estragados por causa da enchente) e que os moradores das margens da Avenida Bom Jesus teriam se aproveitado e se apropriado da manifestação assim como a polícia tentou incriminar os Movimentos Sociais (a Luta não pode ser por melhorias apenas do bairro e sim em todo o município,  sendo extremamente importante fortalecer a organização dos bairros pois assim será fortalecido o Povo altamirense), mas os moradores permaneceram com o sentido de Unidade e não retiram, pois a pauta era legítima e bem consciente, foi nesse instante que surgiu a figura do Capitão Sílvio, que coordenou toda a operação, primeiro ele pediu para os moto taxi que estavam estacionados, as crianças, e algumas pessoas que estavam mais arrumadas, saíssem pois eles iriam executar a operação de dispersão, mas o que ele não contava é que os Moto taxi são moradores do bairro, que as crianças eram moradoras do bairro, que as pessoas bem vestidas eram empresários e moradores do bairro, então eles permaneceram, pois seria difícil de acreditar que a polícia iria utilizar a força contra os moradores que geriram muito bem a manifestação, sem nenhuma violência e com as pautas debaixo do braço. Mas, nesse instante de tensão uma equipe de moradores e estudantes foram conversar com o capitão Sílvio e sugeriram para que ele tentasse tomar outra providência, foi sugerido que ele trouxesse pelo menos o vice-prefeito, já que o prefeito não gosta de conversar com o Povo, mas ele foi irredutível, com isso o estudante Jackson Dias, pegou o megafone que estava sendo usado pelos moradores e em sua única fala durante o Ato convidou e convocou os moradores do bairro para fazer parte da Mobilização que vai denunciar o descaso da Prefeitura com o Bairro Mutirão (segunda feira 8:horas), os moradores confirmaram a presença, e eles decidiram encerrar a manifestação naquele momento (17:00 horas), então se afastaram para trás para que a Polícia Militar pudesse retirar os entulhos (que até terça feira eram móveis novos), no entanto, a Tropa de Choque, comandada pelo Capitão Sílvio, se agrupou com escudos e se muniu com bombas de efeito moral e carregou suas armas com balas de borracha.
Nesse momento o tabuleiro da Avenida Bom Jesus era composto:
Por um lado: a Polícia Militar, Tropa de Choque e a Mídia tradicional (SBT e Rede TV)
Do outro lado estavam: Trabalhadores e Trabalhadoras, Estudantes, Pai e mães de famílias, adolescentes, crianças, idosos e idosas.
Então, enquanto a Tropa avançava, os moradores e estudantes da UEPA não acreditavam que os PMs iriam os atacar, mas os ATACARAM, primeiro foi uma bomba de efeito moral, então os moradores correram em direção a UEPA, a tropa avançou novamente e soltaram outra Bomba, o povo recuou ainda mais e no momento que estourou a bomba a Tropa de Choque aproveitou para disparar dois tiros de borracha, um dos tiros foi estrategicamente mirado, pois acertou um empresário, dono de um hotel na rua 15, que participou durante todo o dia da Manifestação, pois queria que toda a pauta fosse atendida. Então as máquinas da prefeitura retiram os entulhos, e em paralelo a isso se redesenhava mais chuva, e nesse momento de ventania a fiação elétrica de uma parte do bairro entrou em curto circuito, ou seja, o bairro Mutirão está desamparado pelo poder público, pois os problemas se revezam, ora é na rua, ora é a falta de água, ora é a falta de energia, ora são as enchentes, e agora ORA SÃO OS MORADORES DO BAIRRO SEREM AGREDIDOS E SEREM ATERRORIZADOS PELA TROPA DE CHOQUE DA POLÍCIA MILITAR, OPERAÇÃO COORDENADA PELO CAPITÃO SÍLVIO. Mas será quem deu a ordem para essa operação terrorista? 

Veja algumas fotos: 

Rua da Violetas (Bairro  Mutirão).







      
Avenida Bom Jesus (Bairro Mutirão).






















Avenida Bom Jesus (Bairro Mutirão).

Ocupação da Avenida Bom Jesus (esses móveis são da população que tiveram suas casas atingidas pela enchente).

Morador mostrando a TV com duas semana de comprada que foi perdida com a enchente.
Tropa de choque avançando e jogando bombas de gás.
População sendo atacada pela polícia.

Empresário e Morador do bairro mutirão que foi atingido por uma bala de borracha.





domingo, 16 de fevereiro de 2014

Dom Erwin conta Dorothy



Na última quarta feira (12) o Bispo do Xingu, Dom Erwin, realizou a celebração que lembrou 9 anos do assassinato de irmã Dorothy em Anapú-PA.


Homenagem do Fundo Dema a Irmã Dorothy

Abaixo está na íntegra a mensagem do bispo:


Dorothy chegou em Altamira em 1982 e foi a casa do Bispo do Xingu, Dom Erwin (bem mais jovem), ela chegou com voz mansa, apesar de as atitudes dela ser firme, ela disse que queria trabalhar no Xingu, pois queria está entre os mais pobres, nesse momento o Bispo olhou para a cara dela e disse que a Irmã não aguentaria, porque a pobreza aqui, naquele tempo, era miséria, daí ela respondeu:
- Mas deixa eu experimentar? Me deixe experimentar?
O bispo falou:
- Então vá para a Transaleste!
Naquele tempo ainda não tinha o município de Anapú
- Então vá para a Transaleste, pois ali você vai sentir na pele o que é pobreza (malária, fome, sem transporte, sem eira nem beira era tanta gente ali)!

E ela foi e NÃO VOLTOU, NÃO VOLTOU!

Ela ficou até o dia em que tiraram-lhe a vida. 

A gente não deve olhar a Dorothy apenas a partir dos tiros que ela levou, mas pela vida que ela dedicou a esse povo, disse o bispo.
Ora dar a vida pelos amigos, é dedicar a vida pelos amigos consagrando a vida inteira pelo povo, tornando-se irmã e irmão daquele povo sem pestanejar, marcar presença no meio do povo, marcar esse amor que ultrapassa todos os limites, pois é solidário com a pobreza, miséria e sofrimento desse povo.

Chegou dia 12 de fevereiro de 2005, ela foi morta, foi morta porque amou, amou muito, foi morta naquele lugar que ela tanto amou. Depois que o corpo foi liberado da autópsia ele foi velado em Anapú, e quando o corpo chegou ao Aeroporto de Altamira “Nós o conduzimos até a igreja Imaculada Conceição no bairro de Brasília, nunca que eu esqueço o semblante do Povo que estava participando daquela missa, é impossível tirar isso do pensamento e do coração de quem participaram a dor do povo não podia acreditar no que tinha acontecido, mas a prova cabal estava ali na frente deles, Dorothy morreu por amor” falou Dom Erwin. 

“Irmão e irmã têm martírios de morte matada e tem martírios de morte morrida, tem martírios que vivem a vida inteira Lutando a favor de suas irmãs e irmãos Lutando, Lutando mesmo, essa nobre luta, pela justiça, pelo direito, pela dignidade, nós não podemos diante do sangue derramado, eu lembro aqui também ao lado de Dorothy, o nosso Dema, eu o Conheci e ele pai de família também caiu pelas mesmas razões aos pés de sua querida mulher Maria da Penha, olhando para ela falou ‘cuide de nossos filhos’ e assim como ele hoje são centenas de pessoas que derramaram o sangue, para nos dar força e coragem de não abrirmos mão de nosso direitos e para nós defendermos custe o que custar, a dignidade do Povo, a dignidade das pessoas humanas, das crianças, das mulheres, dos homens, dos idosos, dos colonos, dos povos indígenas, e todos que tombaram do Chuí ao Oiapoque não foi um, foram milhares de pessoas e nossa vida deve se tornar a partir da experiência do martírio uma vida cada vez mais consagrada, todos lembrarão o sangue derramado de Dorothy, Dema, Brasília, Irmão Humberto e todas e todos que morreram pelo povo.

A Situação atual do Aterro Sanitário de Altamira foi o tema debatido no "Megafone 3D".

Foto tirada na última quinta feira (13) por Wangner Lopes.

No último sábado (15) saiu nas ondas sonoras mais um episódio do programa "Megafone 3D", esse é um projeto dos professores Fabiano Vitoriano e Wangner Lopes juntos com o estudante Jackson Dias, com o apoio da rádio comunitária Nativa FM 104.9hrz, o programa é transmitido todo sábado de 12horas as 15horas levando muita informação crítica e apresentando um acervo musical qualificado.

Os temas abordados nesse programa foram:
  • Assembleia dos Professores do Ensino Fundamental (sobre o Calote da prefeitura);
  • A reunião entre representantes do governo federal, Norte Energia e os índios de Altamira;
  • O rio Xingu já aumentou 4 metros de altura com as as precipitações no período chuvoso;
  •  Contratos de R$ 1,26 bilhão iniciam fase de montagem da UHE Belo Monte;
  •  Assembleia do Movimento de Mulheres;
  • Reunião do Comitê para o Plebiscito pela Reforma Constituinte e Soberana do Sistema Político. 

O principal tema debatido no programa foi sobre os Resíduos Sólidos, sendo divido em três Pontos:

  1. Política Nacional de Resíduos Sólidos;
  2. A Situação atual do Aterro Sanitário de Altamira;
  3.  Como está as condições de trabalho da Cooperativa de Resíduos Sólidos Volta Grande.

Acompanhe o ÁUDIO do debate: