segunda-feira, 20 de abril de 2015

Transnacional declara guerra contra garimpeiros no Xingu.


A empresa Transnacional Belo Sun quer lavrar cerca de 50 toneladas de ouro na região conhecida como Volta Grande do Xingu no estado do Pará, para extrair essa quantidade de metal precioso essa empresa canadense revirará cerca de 37 milhões de toneladas de minérios e deixará, após 11 anos de lavra, o equivalente a dois morros do Pão de Açúcar em rejeitos com material tóxico de Cianeto.
A Transnacional comprou as três áreas que ela quer lavrar o ouro, mas agiu de forma totalmente irregular, pois comprou essas terras antes da Licença de Instalação (LI), visando baratear os custos do empreendimento, pois antes de ela comprar viviam cerca de 800 famílias, e ela pagando pelas terras agora, significaria que quando sair a LI ela não teria mais a responsabilidade de custear a mitigação e compensação social por causa dos impactos negativos. Ela comprou as terras de três supostos donos, no entanto, a vila mais povoada, na comunidade da Ressaca mais da metade dos moradores continuam morando na localidade, fato que frustrou os planos da empresa, pois ela pensava que quando comprasse as áreas dos supostos donos a população sairia por conta própria da Ressaca, mas não aconteceu.
O que sustenta essa tese é que segundo a casa de governo (secretaria geral da presidência da república) a Belo Sun e a Norte Energia (dona da barragem de Belo Monte) é que estão embargando a entrega dos títulos da Superintendência do Patrimônio da União (SPU) para as famílias da comunidade.
A resistência dos moradores da Ressaca se deve muito a resistência da Cooperativa Volta Grande do Xingu de Ouro, composta por garimpeiros na atividade por, dez, vinte e até trinta anos e que sofrem tentativas de criminalização pela Belo Sun a todo o momento. No último dia 11 de março os moradores da Ressaca participaram do dia Nacional de Lutas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e conseguiram uma reunião em Brasília. Nessa reunião participou uma comissão de 12 integrantes do MAB, 23 ministérios da república, a Norte Energia e adivinhem que não foi? A Belo Sun não participou da Reunião e nem justificou!
Esse é um dos indicadores mostrando o desrespeito da transnacional com a população atingida pela Mineração, outro fator que surgiu nos últimos dias é o da empresa ter fincado em algumas áreas várias bandeiras vermelhas, que a cooperativa de garimpeiros  entendeu como “guerra, a bandeira vermelha significa guerra, eles declararam guerra”. Uma informação que surgiu é que essas bandeiras são para demarcar as áreas que estão desapropriadas pela Belo Sun e que nos próximos dias sobrevoarão uma equipe (acionistas) para verificar a área (área de cava e área da barreira de rejeito).
Os garimpeiros prometem responder essa declaração de guerra, mas de forma organizada, e tentam na justiça uma área para garimpar de forma sustentável inclusive discutem esse modelo de espoliação do capital no Xingu, segundo o garimpeiro José Pereira “o governo paraense (Secretaria de Meio Ambiente) vai liberar uma Transnacional para tirar a riqueza do Brasil em troca de 2% (Royalties)? ...enquanto que quando nós garimpávamos todo o dinheiro ficava na região e sustentava todas as categorias de economia na volta grande do Xingu, a Belo Sun vai mandar todo o dinheiro para fora do país e deixar os impactos com nós!”

A conjuntura que está posta na volta grande do Xingu é um conflito gerado, exclusivamente, pelo avanço do capital internacional na Amazônia, esse que é um modelo econômico atrasado que serve para furtar os recursos naturais, explorar a mão-de-obra regional e importar os danos ambientais dos para a sobrevivência dos grandes centros econômicos , tudo isso aos olhos do governo municipal e estadual que são cúmplices e do governo federal que é conivente.