A
empresa Transnacional Belo Sun quer lavrar cerca de 50 toneladas de ouro na
região conhecida como Volta Grande do Xingu no estado do Pará, para extrair
essa quantidade de metal precioso essa empresa canadense revirará cerca de 37
milhões de toneladas de minérios e deixará, após 11 anos de lavra, o
equivalente a dois morros do Pão de Açúcar em rejeitos com material tóxico de
Cianeto.
A
Transnacional comprou as três áreas que ela quer lavrar o ouro, mas agiu de
forma totalmente irregular, pois comprou essas terras antes da Licença de
Instalação (LI), visando baratear os custos do empreendimento, pois antes de
ela comprar viviam cerca de 800 famílias, e ela pagando pelas terras agora,
significaria que quando sair a LI ela não teria mais a responsabilidade de
custear a mitigação e compensação social por causa dos impactos negativos. Ela
comprou as terras de três supostos donos, no entanto, a vila mais povoada, na
comunidade da Ressaca mais da metade dos moradores continuam morando na
localidade, fato que frustrou os planos da empresa, pois ela pensava que quando
comprasse as áreas dos supostos donos a população sairia por conta própria da
Ressaca, mas não aconteceu.
O
que sustenta essa tese é que segundo a casa de governo (secretaria geral da
presidência da república) a Belo Sun e a Norte Energia (dona da barragem de
Belo Monte) é que estão embargando a entrega dos títulos da Superintendência do
Patrimônio da União (SPU) para as famílias da comunidade.
A
resistência dos moradores da Ressaca se deve muito a resistência da Cooperativa
Volta Grande do Xingu de Ouro, composta por garimpeiros na atividade por, dez,
vinte e até trinta anos e que sofrem tentativas de criminalização pela Belo Sun
a todo o momento. No último dia 11 de março os moradores da Ressaca
participaram do dia Nacional de Lutas do Movimento dos Atingidos por Barragens
(MAB) e conseguiram uma reunião em Brasília. Nessa reunião participou uma
comissão de 12 integrantes do MAB, 23 ministérios da república, a Norte Energia
e adivinhem que não foi? A Belo Sun não participou da Reunião e nem justificou!
Esse
é um dos indicadores mostrando o desrespeito da transnacional com a população
atingida pela Mineração, outro fator que surgiu nos últimos dias é o da empresa
ter fincado em algumas áreas várias bandeiras vermelhas, que a cooperativa de
garimpeiros entendeu como “guerra, a
bandeira vermelha significa guerra, eles declararam guerra”. Uma informação que
surgiu é que essas bandeiras são para demarcar as áreas que estão
desapropriadas pela Belo Sun e que nos próximos dias sobrevoarão uma equipe
(acionistas) para verificar a área (área de cava e área da barreira de
rejeito).
Os
garimpeiros prometem responder essa declaração de guerra, mas de forma
organizada, e tentam na justiça uma área para garimpar de forma sustentável
inclusive discutem esse modelo de espoliação do capital no Xingu, segundo o
garimpeiro José Pereira “o governo paraense (Secretaria de Meio Ambiente) vai
liberar uma Transnacional para tirar a riqueza do Brasil em troca de 2%
(Royalties)? ...enquanto que quando nós garimpávamos todo o dinheiro ficava na
região e sustentava todas as categorias de economia na volta grande do Xingu, a
Belo Sun vai mandar todo o dinheiro para fora do país e deixar os impactos com
nós!”
A
conjuntura que está posta na volta grande do Xingu é um conflito gerado,
exclusivamente, pelo avanço do capital internacional na Amazônia, esse que é um
modelo econômico atrasado que serve para furtar os recursos naturais, explorar
a mão-de-obra regional e importar os danos ambientais dos para a sobrevivência
dos grandes centros econômicos , tudo isso aos olhos do governo municipal e
estadual que são cúmplices e do governo federal que é conivente.